Estas são as anotações de Esmer Turios “A Mão Que Segura A Balança”, Paladino do Templo de Tyr e Lider da Guarda da cidade Mirabar, filho de Yvone e Aramir Turios, nomeado pelo clero local como “O Justo” por seus atos de bravura e reconhecido pelos lordes como Magistrado e Juíz local.
“...Hoje, de todos os meus dias servindo à vontade de Tyr, foi um dia impar, desses que não ocorrem em períodos regulares e de que se constituem os registros históricos deixados à posteridade, o décimo dia de Marpenoth do Ano da Assombração, no fim da tarde, próximo da muralha norte, fui chamado, pois um fenômeno estranho ocorrera...
Era o que parecia ser uma fenda no solo... o evento ocorreu em questão de minutos, sem muito aviso ou alarde, não ocorreram tremores, nem mesmo um ruído, mas o terreno se abriu, como uma boca, afastando até mesmo as árvores próximas, lembro-me que quando avistei a fenda do alto da murada, eu perguntei a um dos vigias da muralha e ele me disse que aquilo tinha aparecido de uma hora para outra, como é costume nosso, devido aos perigos que se encontram a algumas milhas abaixo de nossos pés, preparamo-nos para o pior, uma incursão drow, e para minha surpresa, o que vimos não foram drows, mas Svifnerblin os gnomos das profundezas, todos muito assustados, consternados eu diria... e como não são nossos inimigos, desci as escadas e corri com uma pequena patrulha para prestar-lhes o devido auxílio.
Ao chegar lá, ainda saiam aos tropeços e nítidamente confusos, com eles estavam os poderosos e não menos assustadores elementais da terra, mas esses seres, servos dos Svifnerblin, não constituíam ameaça, e usando da graça que me foi concedida por Tyr, eu rezei por um meio de falar a linguagem dos gnomos. Um deles, de uma forma morosa e muito ampla no dizer, veio a mim, e com muita dificuldade pediu em nosso idioma, para meu espanto, para que fosse concedida audiência com os lordes da cidadela.
Como sou eu quem resolve esses contatos iniciais, percebi que aquela pequena criatura, suja da viagem pelos túneis, e sua trupe de uns quinze ou vinte, fora os cinco elementais da terra, que posteriormente vim a descobrir que tinham feito a dita fenda, não tinham vindo à superfície por engano, e dada a urgência, encaminhei-os para a cidade, os elementais voltaram para a fenda e a desfizeram para não mais serem vistos.
Quando estávamos próximos ao centro da cidade um novo evento nos chamou a atenção, como a noite fazia já sua aparição, não foi difícil ver o clarão nem ouvir o barulho das explosões junto à muralha, não muito distante de onde estávamos a pouco, ainda pude ouvir os gnomos gemerem algo que não me sai da memória, mas que a meus ouvidos soa como uma palavra estranha, eles balbuciavam, todos, as palavras “An’lath svifnar Gromph’makthar erillisstar” que descobri, mais tarde significar: “Chegamos tarde companheiros, as tropas de Gromph nos atacam”... eu escrevo isso na quarta hora da noite, pois ainda não tenho como relatar a batalha que ainda ocorre fora de Mirabar.”