segunda-feira, 23 de julho de 2012

Aos devotos de Tyr

“Bem-aventurados sejam os que necessitam de justiça, pois minha sede de justiça é grande...”

 Estas são as anotações de Esmer Turios “A Mão Que Segura A Balança”, Paladino do Templo de Tyr e Lider da Guarda da cidade Mirabar, filho de Yvone e Aramir Turios, nomeado pelo clero local como “O Justo” por seus atos de bravura e reconhecido pelos lordes como Magistrado e Juíz local.



 “...Hoje, de todos os meus dias servindo à vontade de Tyr, foi um dia impar, desses que não ocorrem em períodos regulares e de que se constituem os registros históricos deixados à posteridade, o décimo dia de Marpenoth do Ano da Assombração, no fim da tarde, próximo da muralha norte, fui chamado, pois um fenômeno estranho ocorrera...
Era o que parecia ser uma fenda no solo... o evento ocorreu em questão de minutos, sem muito aviso ou alarde, não ocorreram tremores, nem mesmo um ruído, mas o terreno se abriu, como uma boca, afastando até mesmo as árvores próximas, lembro-me que quando avistei a fenda do alto da murada, eu perguntei a um dos vigias da muralha e ele me disse que aquilo tinha aparecido de uma hora para outra, como é costume nosso, devido aos perigos que se encontram a algumas milhas abaixo de nossos pés, preparamo-nos para o pior, uma incursão drow, e para minha surpresa, o que vimos não foram drows, mas Svifnerblin os gnomos das profundezas, todos muito assustados, consternados eu diria... e como não são nossos inimigos, desci as escadas e corri com uma pequena patrulha para prestar-lhes o devido auxílio.
Ao chegar lá, ainda saiam aos tropeços e nítidamente confusos, com eles estavam os poderosos e não menos assustadores elementais da terra, mas esses seres, servos dos Svifnerblin, não constituíam ameaça, e usando da graça que me foi concedida por Tyr, eu rezei por um meio de falar a linguagem dos gnomos. Um deles, de uma forma morosa e muito ampla no dizer, veio a mim, e com muita dificuldade pediu em nosso idioma, para meu espanto, para que fosse concedida audiência com os lordes da cidadela. 
Como sou eu quem resolve esses contatos iniciais, percebi que aquela pequena criatura, suja da viagem pelos túneis, e sua trupe de uns quinze ou vinte, fora os cinco elementais da terra, que posteriormente vim a descobrir que tinham feito a dita fenda, não tinham vindo à superfície por engano, e dada a urgência, encaminhei-os para a cidade, os elementais voltaram para a fenda e a desfizeram para não mais serem vistos.
Quando estávamos próximos ao centro da cidade um novo evento nos chamou a atenção, como a noite fazia já sua aparição, não foi difícil ver o clarão nem ouvir o barulho das explosões junto à muralha, não muito distante de onde estávamos a pouco, ainda pude ouvir os gnomos gemerem algo que não me sai da memória, mas que a meus ouvidos soa como uma palavra estranha, eles balbuciavam, todos, as palavras “An’lath svifnar Gromph’makthar erillisstar” que descobri, mais tarde significar: “Chegamos tarde companheiros, as tropas de Gromph nos atacam”... eu escrevo isso na quarta hora da noite, pois ainda não tenho como relatar a batalha que ainda ocorre fora de Mirabar.”

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"Aos devotos de Moradin"

“Ah... A minha vida é maravilhosa! É como um punhadinho de estrume goblin...”

Este é o relato pessoal de Regnar Forja Negra, filho de Taurunio Forja Negra e Amara Dentes de Ferro, Guardião e Caçador dos Túneis, Harpista e chefe da guarda dos portões internos da Cidade Abaixo, Líder do grupo de aventureiros Barbas Sangrentas.



“... É estranho como às vezes nos deparamos com o inevitável e desagradável mundo abaixo, e ultimamente, defender o Salão de Mithril das tentativas frustradas de ataque daqueles elfos nojentos de Menzoberranzan, nosso amigo Drzzit é exceção, mas convenhamos, já passou mais de um mês que estamos nessa maldita campana, e o máximo que conseguimos foi o que? Um Illithid “perdido”, alguns goblins, e os drows ainda não mostraram as caras, sem falar que é complicado pensar desta forma, montamos as armadilhas nos túneis ao norte e nordeste, incluindo aquela com redes e ganchos, pro caso de tentarem aquele truque barato de levitação, não sei como pode existir uma raça inteira de magos, isso não entra em minha cabeça de maneira alguma, é como se eles tentassem disseminar essa praga mágica no subterrâneo, e isso está me incomodando, eu posso até sentir o fedor mágico exalando das profundas do inferno que é Menzoberranzan.
Ainda ontem, achei ter visto algo enquanto preparávamos aquela armadilha de sopro de espinhos, muito bem disfarçada, devo admitir, mas fiquei intrigado e confuso, pois eu sei que havia alguma coisa ali, tudo bem que o túnel está limpo, e, mesmo que houvesse algo ali, não era drow, e como os gnomos nos ajudaram na confecção de um túnel seguro entre nossas cidades eles evitam passar por esses túneis a todo custo. É como se estivéssemos sempre sendo vigiados por uma força invisível ou muito bem escondida, pois não deixou rastros visíveis a olhos não treinados como os meus, é com o dobro da atenção que agora escrevo este relato, Mestre Dagna receberá isto nos próximos dois dias, mas eu ainda sinto que há algo errado, muito errado aqui.
Como é rotina, pedi a Ordru e Morok que vasculhassem o túnel noroeste, durante as primeiras horas do amanhecer, o túnel leva ao desfiladeiro da mina abandonada de prata, algo em torno de trinta metros, para nossos padrões nada como um bom andaime suspenso ou uma escada de cordas bem feita para superar este paredão de pedras irregulares, Dumath e Vanadia estão aqui comigo verificando o túnel norte e as cavernas da grande batalha onde o nosso líder derrotou a bruxa velha Baenre, engraçado é que até agora encontramos apenas algumas carcaças e...”

“...O que é aquela coisa?...“

segunda-feira, 6 de julho de 2009

"Aos devotos de Vhaeraun"

"Que a maldita luz esteja sempre longe de vós!"
Este é o registro pessoal de Azzh'Denon Ezz'Raedar primeiro filho da Casa Ezz'Raedar, nomeado Guardião dos Poços de Escravos, Lider das Mascaras Negras de Vhaeraun, Escolhido de Vhaerraun e Guardião do que é e está Oculto nas Sombras.




"...No décimo primeiro dia de Marpenoth do ano de 1377, eu Azzh'Denon, testemunhei ao primeiro clarão de Narbondel uma das coisas mais lindas que olhos drow podem testemunhar, os vigias não tardaram em punir aquele verme insolente, mas, por algum motivo que ainda desconheço entregaram a escória ao Judicador local, que não hesitou em ordenar ao Draegloth Mutt'U massacrar o traste de forma tão suja e cruel, mas que sirva de lição aos que desobedecem as regras de Lolth, a evisceração e as lacerações na carne daquele traidor encheram de orgulho os meus olhos, ainda que aquela morte não seja suficiente para aplacar a sede de sangue das sacerdotisas, no que me diz respeito, e eu devo ser informado em breve por um de meus fiéis na Bregan D'aerthe, que auxiliam Jarlaxle em seu nobre ofício, ainda que algumas coisa devam permanecer nas sombras... como não sou membro de umas das oito casas nem sou servo de ninguém, fica a meu critério revelar o destino dos escolhidos de Vhaeraun e traçar nossas metas dentro das cavernas e tuneis que formam o complexo que chamamos de "lar" ou Menzoberranzan...
Ser um macho de nossa espécie é as vezes mais uma punição do que um privilégio, nossas fêmeas são as criaturas mais cruéis e vis que já caminharam sobre as profundezas de Faerun, conseguindo a proeza de me causar mais arrepios do que negociar com os Illithids das cavernas ao norte, mas ainda sim, é sempre um imenso prazer visitar minhas velhas amigas em Arach-Tinilith para as orgias dedicadas a Lolth, onde os mais fortes podem mostrar para aquelas damas o que é ser drow, pois no resto do tempo devemos ser sempre devotados a elas, mas as matronas e as matro-donzelas não são as melhores pessoas para conviver ou copular.... já aquelas que se envolvem na arte do combate, essas sim, são as verdadeiras fêmeas de nossa raça...
Como se não fosse suficiente, chegou hoje uma carta que tanto me honra quanto me preocupa, não é todo o dia que uma Baenre nos convida a uma reunião, e desde a rusga com o andarilho da superfície, e aquela tentativa frustrada de assalto aos reinos gélidos da superfície, a casa de Gromph não é mais a mesma, apesar daquele cão continuar sendo um arquimago poderosíssimo, e a autora da missiva e irmã de Gromph, Triel, é que me preocupa e causa nauseas, mas antes de me dirigir ao complexo dos Baenre, que pode ser uma armadilha, farei um convite a um amigo pessoal que garantirá minha segurança naquele lugar amaldiçoado..."